Falar do exercício de Pastoreio em Trás-os-Montes e Alto Douro é recuar milénios da nossa história, é ir aos princípios e ao lastro fundacional das Comunidades Locais, ao tipo de relações familiares e de vizinhança, na relação do homem com a terra e com os seus animais. Foi neste quadro evolutivo do ser humano, com os seus territórios na passagem do pastoreio nómada para a chamada agricultura sedentária nessa relação simbiótica, homem-territórios quase sempre isolados e em economias de agrárias de subsistência que emergiu e se desenvolveu a atividade de pastoreio.

O Pastor é alguém que pela sua madrasta e ancestral profissão e saber empírico, adquiriu um profundo conhecimento sobre os ciclos da natureza numa relação de proximidade e consanguinidade entre a floresta, agricultura e animais. Uma profissão à época pouco meritória e não raras vezes associada à preguiça, contrapondo-a com atividade agrícola. No entanto, enfrentaram sempre desafios como o isolamento, a falta de apoios e a dificuldade em escoar os seus produtos. Com a modernização da sociedade e a migração para as cidades, o modo de vida pastoril foi-se tornando cada vez mais difícil de sustentar.

Foi neste contexto e nesta matriz que, em março de 1980, nasceu a ideia de criar a Associação dos Pastores Transmontanos. O projeto surgiu de um encontro casual numa feira agrícola, em Vila Pouca de Aguiar com o Pastor Agostinho Monteiro. Deste primeiro contacto surgiu a ideia de uma nova conversa realizada dias depois, em Parada de Aguiar, ao redor da lareira, onde se de falou da “chusma” de problemas económicos, sociais e culturais que enfrentavam esta camada social a saber: falta de apoios oficiais; sérias dificuldades na comercialização e escoamento de cordeiros e cabritos; sanidade animal; segurança social; contrabando de gado e a imagem do Pastor enquanto elemento na sociedade.

Após um ano de encontros e debates nos principais cumes das serras da região, Marão, Alvão, Padrela e Nogueira, idas a feiras e mercados regionais, num laivo de grande originalidade, nascia assim, na Cidade de Mirandela, a Associação dos Pastores Transmontanos com a presença de 110 Pastores onde foi aprovada solenemente a 1.ª Carta dos Pastores Transmontanos dirigida aos Órgãos de Soberania com as principais Reclamações de classe.

A APT (que alterou o nome para Associação dos Agricultores e Pastores do Norte) viria a ser formalmente constituída em 1988, consolidando o esforço coletivo dos pastores da região em torno da defesa dos seus direitos, da valorização da atividade pastoril e da promoção do desenvolvimento sustentável do mundo rural transmontano.

Direção

Presidente: José Miguel Afonso Fernandes
Vice-Presidente: João Manuel Carvalho Morais
Vice-Presidente: Armandina Bernardete Além Costa Fernandes
Vice-Presidente: José Manuel Duarte Rodrigues
Vice-Presidente: José Manuel Fernandes de Matos
Vice-Presidente: Manuel Acácio Saraiva de Sousa
Vice-Presidente: Manuel Martins Coelho

Conselho Fiscal

Presidente: Licínio do Rio Costa
Secretário: Carlos Manuel da Costa Ribeiro
Relator: Fernando Brigas Esteves

Mesa da Assembleia

Presidente: Teresa Monteiro Gonçalves
Vice-Presidente: Raúl Manuel Carvas Rei
Secretária: Sónia Maria Gouvinhas Costa

a) Defender e pugnar pelos interesses dos seus associados a todos os níveis, em matéria relacionada com agricultura, pastoreio, pecuária, sanidade animal, floresta e baldios;

b) Prestar apoio e informação técnica das diversas áreas e sectores dos associados;

c) Promover ações de formação profissional;

d) Prestar assistência técnica em Modo de Produção Biológica, em Proteção e Produção Integrada e noutros Modos de Produção ou Sistemas particulares;

e) Promover, operacionalizar e disponibilizar serviços de aconselhamento agrícola, pecuário e florestal e de assistência técnica aos seus associados;

f) Promover o reconhecimento e a remuneração dos serviços de natureza ambiental disponibilizadas pelas explorações agrícolas, pecuárias e florestais junto das entidades oficiais;

g) Organizar e promover eventos, tais como: feiras, exposições, congressos, seminários, entre outros;

h) Promover o desenvolvimento regional e local, igualdade de género, a promoção da cidadania, a inclusão e o desenvolvimento social e o associativismo de base local e regional;

i) Dinamizar a constituição de agrupamentos de produtores, nas diversas áreas económicas dos associados;